Lá se vão mais de 30 anos desde a ruptura da formação clássica do Helloween. Mesmo com o sucesso dos Keepers, Kai Hansen (vocal/guitarra) deixou a banda no fim da década de 1980. Depois o baque foi ainda maior: morte do baterista Ingo Schwichtenberg e saída de Michael Kiske no início do anos 1990, após o fracasso tanto de vendas quanto de crítica do álbum Chameleon.
O que seria da banda sem três dos seus pilares? Bem, como uma fênix os alemães ressurgiram das cinzas com Roland Grapow, que já havia entrado no lugar de Hansen, o baterista Uli Kusch e o vocalista Andi Deris. Revigorado, principalmente por conta do carisma interminável do seu novo frontman, o Helloween se reinventou.
A banda seguiu trabalhando e lançando álbuns considerados clássicos como The Time Of The Oath (1996) e Better Than Raw (1998). Ainda houve uma nova ruptura na formação até que chegamos na história recente da banda com o ingresso de Sascha Gerstner (guitarra) e Dani Löble (bateria). Estabilizada, ninguém imaginava o que vinha por aí: para a alegria de todos, o Helloween anunciou, em 2016, uma reunião com Kai Hansen e Michael Kiske.
E quem imaginou que esta reunião seria apenas para uma turnê comemorativa se enganou. O Helloween agora é uma big band com sete integrantes! Além de Kiske, Hansen, Sascha, Dani e Deris, completam o line-up o baixista Markus Grosskopf e o guitarrista Michael Weikath. Com esta formação, a banda entrou em estúdio para a gravação do álbum intitulado apenas Helloween (via Nuclear Blast).
Ao mesmo tempo em que causava a curiosidade de como a banda se comportaria com dois lead vocals - e, por vezes, um terceiro com Kai -, o principal exercício com relação a este álbum era: ele não será em hipótese nenhuma um novo Keeper. Ninguém deveria esperar por isso - assim como ninguém deve esperar um novo The Number Of The Beast vindo do Iron Maiden, por exemplo.
Dito isto, logo após as primeiras audições uma coisa fica clara: Helloween é uma celebração à história do Helloween. Temos, sim, referências intermináveis ao som clássico praticado pela banda, como o power/speed metal em músicas como Out For The Glory e Rise Without Chains. Há também algumas coisas modernas como Mass Pollution e Indestructible com uma pé no arena rock.
Mas os momentos mais espetaculares do álbum ficaram reservados para o final. Down In The Dumps não foi apontada por Kai Hansen como uma das suas favoritas do álbum à toa. Um épico com linhas de vocais altíssimas que irão fazer o fã sorrir de orelha a orelha. Por fim, a magistral Skyfall com seus 12 minutos de muita variação rítmica e muita criatividade. Uma obra-prima!
Carregado de nostalgia e celebrando o legado da banda (Ingo se fez presente com seu kit pessoal utilizado por Dani nas gravações), Helloween é o primeiro capítulo deste que, ao tudo que indica, será o último ciclo do Helloween.
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