Em constante mutação ao longo da sua jornada, o Darkthrone abre um novo ciclo na carreira. Tendo percorrido o caminho do black metal ao metal punk - sem nos esquecer dos primórdios no death -, o duo norueguês concentra suas forças em um metal mais épico, mais vintage e muito mais doom. O reflexo disso está em Eternal Hails...... (via Peaceville Records).
Fortemente influenciados pelo metal dos anos 1960, 1970 e 1980, Fenriz e Nocturno Culto nos apresentam uma imponente coletânea de riffs esplendorosos nas cinco faixas do disco. Aliás, a banda tem trabalhado muito na construção de riffs grandiosos desde Arctic Thunder (2016) e Old Star (2019).
O álbum abre com a obra-prima His Master's Voice. Calcada nos primórdios, a música traz elementos clássicos dos anos 1980 - impossível não citar a forte influência de Celtic Frost. Já Hate Cloak é como se Tom G. Warrior (Celtic Frost/Hellhammer) quisesse brincar de Black Sabbath espalhando uma atmosfera sombria e pesada pela fascinante viagem de nove minutos que a música nos reserva.
Wake Of The Awakened é uma pérola oriunda dos tempos mais remotos do metal. Dotada de velocidade, cadência e passagens densas - atenção às linhas de baixo! -, esta é a melhor do disco! O épico Voyage To A Northpole Adrift mescla momentos cinzentos com quebras de tempo e passagens anárquicas. Fechando o disco, Lost Arcane City of Uppakra tem como destaque toda psicodelia setentista durante os riffs e nos arranjos de moog na parte final da música.
Eternal Hails...... foi definido por Fenriz como "cinco dinossauros pesados olhando maravilhados e perplexos com as estrelas". Não é exagero dizer que o Darktrhone encontrou seu jeito de fazer música. A partir de agora, sem surpresas, a banda caminhará dentro do perímetro delimitado por ela para executar seu som. E que assim seja!
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