Review: "Chaos Horrific" - Cannibal Corpse

Sempre que o Cannibal Corpse anuncia um disco novo eu me pergunto: "como é que pode uma banda com 35 anos de estrada ainda ter ideias para versar sobre a morte?". Bem, a resposta mais convincente que os nova-iorquinos poderiam me dar está aqui em Chaos Horrific (via Metal Blade Records/Voice Music/Rock Brigade Records). Décimo sexto trabalho de estúdio da banda, o disco demonstra por que, na hierarquia do death metal, eles ainda estão no topo. 

Antes preciso mencionar a excelente capa assinada por Vince Locke. Nesta sangrenta arte é possível ver humanos e zumbis convivendo em perfeita harmonia. Enquanto um lado usa arma, machados e facões para se defender, o outro usa o poder da mandíbula para garantir seu espaço. Tudo bem que o Cannibal Corpse já teve capas melhores e que até foram censuradas, mas a apresentação aqui é classe A. 

Não costumo comparar álbuns, mas é inegável que Chaos Horrofic é muito melhor do que Violence Unimagined (2021). Não que o antecessor seja inferior, mas parece que George "Corpsegrinder" Fisher (vocal), Erik Rutan e Rob Barrett (guitarras), Alex Webster (baixo) e Paul Mazurkiewicz (bateria) decidiram elevar o nível ainda mais - e, surpreendentemente, conseguiram - resultando em um som muito mais brutal.

As linhas de baixo executadas por Webster em Overlords of Violence, que abre o disco, soam como ossos sendo implacavelmente quebrados por marretadas. A sequência com a rápida Frenzied Feeding é uma aula de death metal, com riffs que cortam a carne como machados afiadíssimos. Fechando a trinca inicial, Summoned for Sacrifice é onde o filho chora e a mãe não vê, em uma abordagem que mescla partes velozes com momentos de cadência magistralmente entrelaçados.

Se você enfrenta problemas com o traficante de pessoas que opera em sua região, chegou a hora de se rebelar! E essa revolta já tem um hino: Vengeful Invasion. Em total consonância com o título, Chaos Horrific (vale conferir o clipe +18 lá no YouTube) é uma manifestação caótica habilmente trabalhada pelas mentes mais doentias do death metal. E o que dizer sobre a pérola intitulada Fracture and Refracture? Minha reação imediata ao ouvir essa faixa foi um sorriso. E o mesmo aconteceu com Pitchfork Impalement e Pestilential Rictus.

Sem muita enrolação e com a habilidade que só os mestres têm, o que o Cannibal Corpse nos oferece durante os 39 minutos de Chaos Horrofic é uma imersão profunda no caos brutal que é o death metal

Comentários