Review: "Code Red" - Primal Fear

Posso dizer que eu e o Primal Fear somos contemporâneos. Enquanto a banda se encaminhava para o terceiro disco, o explosivo Nuclear Fire (2001), eu descobria o heavy metal por meio do Iron Maiden. Duas décadas se passaram, e os alemães estabeleceram uma sólida carreira, que culmina no 14° álbum de estúdio intitulado Code Red (via Atomic Fire/Shinigami Records).

Este novo álbum tem um gosto especial. Pouco tempo após o lançamento do disco Metal Commando, o Primal Fear anunciou nas redes sociais o cancelamento de todos os shows em 2020 e 2021. Na ocasião, a banda informou que o motivo era um "problema de saúde grave". O EP I Will Be Gone foi lançado para tampar buraco. 

>> Resenha: "I Will Be Gone" - Primal Fear 

Sem muitos detalhes, o que se sabe é que o baixista Mat Sinner passou por diversas internações para cuidar da saúde. Recuperado e ao lado do fiel escudeiro, o vocalista Ralph Scheepers, - Tom Naumann, Alex Beyrodt e Magnus Karlsson (guitarras) e Michael Ehré (bateria) completam a formação - o Primal Fear celebra esse "recomeço" com Code Red

Como uma boa banda veterana, o Primal Fear vive o eterno dilema entre manter a fanbase reciclando fórmulas consagradas ou tentar conquistar um novo séquito de fãs. Após a audição de Code Red, a resposta - assim como no caso da maioria das bandas mais experientes - é preservar o que já foi feito até aqui. E, como eu já escrevi em outros casos como esse, nenhum problema nisso, desde que a banda se respeite e não vire uma paródia de si mesma. 

Musicalmente, o disco se destaca pelo incrível trabalho de guitarras. Naumann, Beyrodt e Karlsson distribuem riffs pesados e ótimas linhas harmônicas. Isto fica evidente logo em Another Hero, faixa que abre Code Red. O mesmo vale para Play A Song, The World Is On Fire, Raged By Paina pesadíssima Fearless. Já Cancel Culture, que, como o título sugere, fala sobre a cultura do cancelamento, e Deep In The Night são um prato cheio para o fã do Primal Fear nos primórdios. 

Embora o Primal Fear não saia da zona de conforto, Code Red soa de maneira honesta e honra as quase três décadas de atividades da banda. 

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