Review: "Touchdown" - U.D.O.

Lá se vai quase meio século desde que fomos apresentados à inconfundível voz de Udo Dirkschneider no álbum de estreia do Accept. Desde então, o alemão construiu uma sólida carreira - primeiro com a antiga banda e depois solo com o U.D.O. - lançando discos e mais discos que viraram referências dentro do heavy metal. E agora, o lendário vocalista apresenta sua nova obra: o álbum Touchdown (via Atomic Fire/Shinigami Records). 

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Décimo oitavo álbum de estúdio de U.D.O., Touchdown celebra a estreia de outro ex-membro do Accept, Peter Baltes, no função de baixista. Complementando a formação, temos Andrey Smirnov e Dee Dammers nas guitarras, juntamente com Sven Dirkschneider, o filho do cara, na bateria. E, como era de se esperar, o disco é uma cerimônia em louvor ao metal. 

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Ainda que siga a mesma fórmula presente nos discos anteriores, Touchdown revela um U.D.O. visivelmente mais empolgado. Isso se torna evidente logo em Isolation Man, uma faixa de abertura que carrega consigo todos os elementos clássicos do estilo. Aqui, Udo reafirma sua posição como uma das vozes mais icônicas do metal. Mantendo a mesma pegada de speed metal, Fight For The Right apresenta melodias cativantes e um refrão épico que gruda de imediato. 

Forever Free é um aceno mais do que explícito aos saudosistas de plantão. Direta e reta, a faixa aposta em linhas simples para entregar uma música para quem apenas quer se divertir com um bom refrão. No alto dos seus 71 anos, Udo continua rosnando com o mesmo vigor da juventude. The Betrayer, Living Hell e a alucinante faixa-título são uma amostra do poder que o heavy metal sem firulas tem.

Alguns podem considerar a falta de "originalidade" em Touchdown como um ponto negativo. No entanto, após mais de quatro décadas fazendo o que faz, seria realista esperar uma abordagem radicalmente nova no U.D.O.? Entre se perder no personagem ou manter-se fiel ao personagem, Udo claramente opta pela segunda opção e parece muito confortável com isso. 

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