"Natt til ende" é o último capítulo da Trilogia Noite iniciada pelo Djevel em 2021. O primeiro, "Tanker som rir natten", colocou os holofotes sobre os Demônios Noruegueses, que viram o sucessor "Naa skrider natten sort" ser aclamado pelo público e pela crítica - e consequentemente vencedor do prêmio Spellemann, o Grammy norueguês. Agora, em "Natt til ende", o trio Kvitrim (vocal/baixo), Trånn Ciekals (guitarra) e Faust (bateria) atinge o apogeu musical neste álbum que certamente colocará a banda em outro patamar.
>> Review: Djevel - Tanker som rir natten
>> Review: Djevel - Naa skrider natten sort
Ciekals usa da filosofia para descrever seu objetivo com "Natt til ende": "Este último capítulo é meu manifesto do fim definitivo do cristianismo e da morte de 'Jesus', tanto na forma física quanto mental. Naturalmente, isso também levanta a ideia e o conceito de forças que o cristianismo chama de más. As mesmas forças que eu chamaria de naturais e humanas. Elas podem ser descritas como em um sonho ou em um discurso mais severo.”
A sugestiva Jesu Lidelse reúne elementos que a credenciam como uma das melhores canções de toda a Trilogia. Já a ríspida e crua Under Nattens Fane I Fandens Prakt tem como destaque o folclórico Faust; aqui, o histórico baterista ex-Emperor domina todas as ações com as baquetas em punho. Conduzida no piano e adornada com texturas lúgubres, I Skovaandsfavn traz os sussurros das sombras carregados pelo vento. O ato final fica a cargo da faixa-título, que, com seus impecáveis 14 minutos, é um manifesto à Noite Até o Fim.
Álbum mais aguardado do ano por este que vos escreve, "Natt til ende" já é um marco atemporal na carreira do Djevel. Se vai conquistar prêmios ou não, pouco importa. A experiência proporcionada pela audição do disco transcende essas formalidades protocolares — embora, é claro, ela ainda fique aquém da insuperável experiência de contemplar a Noite.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!