Lenda incontestável do heavy metal, o alemão Udo Dirkschneider segue em plena atividade. Após dois álbuns durante o período pandêmico com o U.D.O., o cantor de 70 anos revisitou sua história como músico e homenageou suas influências em My Way (via Atomic Fire Records).
A esta altura do campeonato não tem por que se preocupar com aspectos técnicos nos trabalhos do Udo. Responsável por moldar o metal com os álbuns realizados junto ao Accept e o U.D.O., o alemão não precisa provar mais nada para ninguém. Portanto, a ótica que deve ser aplicada em My Way é a sentimental.
Obviamente os nomes clássicos como Uriah Heep, Rainbow, Motörhead, Led Zeppelin, The Rolling Stones, Scorpions, Judas Priest e Queen (numa adorável versão metal para We Will Rock You). Por outro lado, foi uma surpresa interessante ouvir Udo cantando Fire, clássico obscuro do rock inglês do igualmente obscuro Arthur Brown e o seu Mundo Louco.
No entanto, os melhores momentos em My Way aparecem quando Udo sai da caixinha. Quem um dia imaginou ouvi-lo cantando Ike & Tina Turner? Segundo o cantor, Nutbush City Limits era executada nos ensaios e shows do Accept mas nunca gravada. Jealousy, de Frankie Miller, garante o "momento fossa" com a letra sobre um homem destruído pelo ciúme.
Se até aqui My Way já era um disco especial, é na faixa que dá nome ao trabalho que o negócio pega. Uma das coisas mais emocionantes que já ouvi na vida foi Udo com sua voz limpa cantando de forma serena "And now, the end is near/And so I face the final curtain" neste clássico do imortal Frank Sinatra. Lindo!
Mas ao contrário do que a letra diz, desejamos que este não seja o último ato de Udo e nem que o fim esteja próximo. Queremos, sim, é que ele siga fazendo heavy metal do seu jeito.
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