Review: "Legends" - Icon Of Sin

Desde a formação e até o lançamento do debut, ficou nítido para mim que a proposta do Icon Of Sin nunca foi reinventar a roda e muito menos o metal. Escorada nos vocais de Raphael Mendes - que muito se assemelham ao de Bruce Dickinson -, a ideia da banda sempre foi tocar um som mais tradicional sem o menor pudor de esconder as influências e os clichês. Desta forma, o Icon Of Sin lançou o segundo trabalho intitulado Legends (via Frontiers Records).

>> Resenha: "Icon Of Sin" - Icon Of Sin

Diante deste cenário no qual as comparações serão inevitáveis, a banda - Marcelo Gelbcke e Sol Perez (guitarras), Caio Vidal (baixo) e o estreante Markos Franzmann (bateria) completam o line-up -  parece não se preocupar nem um pouco com isso. Fundindo elementos clássicos de (claro) Iron Maiden, SaxonDio, Helloween, Judas Priest e até uns traços de Black Sabbath, o Icon Of Sin entrega em Legends um disco que vale pelo entretenimento. 

O início com Cimmerian fará o fã da Donzela sorrir de orelha a orelha. É como se Dickinson e o Maiden tocassem power metal. Já Night Force traz nuances de metal alemão e reminiscência do hard rock oitentista, especialmente no refrão pegajoso. Em material enviado à imprensa, Raphael disse que The Scarlet Gospels agradaria em cheio - e acertou! A faixa soa como uma união das encarnações modernas de Iron Maiden e Black Sabbath.

Distribuindo melodias carregadas de emoção, In The Mouth Of Madness poderia figurar em qualquer álbum de heavy metal lançado na década de 1980.  As influências que lembram Judas Priest e Helloween voltam à tona em Heart Of The Wolf e Wheels Of Vengeance, onde a habilidade de Franzmann na bateria e as excelentes linhas de bumbo duplo ganham destaque.

A segunda parte de Clouds Over Gotham, aqui chamada de Arkham Knight, traz o clássico Dickin... digo, Raphael, de volta à cena. Uma faixa divertida com um refrão empolgante! Aliás, não posso deixar de mencionar a habilidade de Sergio Mazul como compositor. A mente criativa por trás do Icon Of Sin sabe fazer refrãos interessantes! Por fim, Black Sails And Dark Waters é prova de que se a banda quiser caminhar sozinha ela consegue.

Alguns podem achar o álbum um tanto quanto enfadonho devido ao excesso de referências e à semelhança da voz de Raphael Mendes com a de Bruce Dickinson. No entanto, como mencionei no início, o objetivo do Icon Of Sin nunca foi reinventar o metal. Portanto, se você procura por uma experiência divertida que se estenda por alguns bons minutos, Legends é, sem dúvida, a escolha certa.

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