Review: "72 Seasons" - Metallica

O Metallica é uma banda de carreira peculiar. Formada nos idos dos anos 1980, na vanguarda do thrash metal, muita gente acredita que a banda morreu após o lançamento de Master of Puppets (1986). A ressurreição veio com o icônico Black Album (1991), um sucesso estrondoso que elevou o Metallica ao patamar de gigante. Contudo, uma nova morte foi decretada com os enfadonhos Load (1996) e ReLoad (1997), e o questionável St. Anger (2003). Até que chegamos na terceira encarnação da banda, que começou em 2008 com Death Magnetic, passou por Hardwired... To Self-Destruct (2016) e culmina neste novo 72 Seasons (via Universal Music). 

Com tantos altos e baixos (mas com a popularidade intacta), cada novo álbum do Metallica é um mistério. Quando Lux Æterna foi divulgada como primeiro single, era notório que James Hetfield (vocal/guitarra), Kirk Hammett (guitarra), Robert Trujillo (baixo) e Lars Ulrich (bateria) vinham com sangue nos olhos - e não para a "volta às raízes" tão esperada pelos fãs mais saudosistas. A primeira impressão deixou uma boa expectativa com relação ao álbum. Mas aí... 

É difícil definir 72 Seasons. O trabalho está muito longe de ser ruim, mas também não está perto de ser uma obra-prima. É, de uma maneira mais simplista, um álbum a mais na discografia do Metallica. E, para mim, um dos principais fatores é o tempo de duração do disco. Esta também foi uma queixa na época do lançamento do Senjutsu, do Iron Maiden, e a resposta do Bruce Dickinson cabe aqui. "Somos dinossauros. O que você dá para um T-Rex comer? O que ele quiser", disse o cantor. 

Isto se aplica perfeitamente ao Metallica. Sob um olhar mais aguçado, 72 Seasons é o álbum que o Metallica QUIS fazer. Tem thrash metal? Tem. Tem coisas mais modernas? Ao montes. Tem os vocais inconfundíveis de Hetfield? Sim. Os solos - por vezes já manjados - de Hammett? Sim. A bateria - em alguns momentos sem muito brilhantismo - de Ulrich? Sim. Nessa brincadeira, senti falta de uma presença mais marcante do baixo de Trujillo - ponto negativo para a produção de Greg Fieldman

Mesmo sem ser brilhante, 72 Seasons tem o rótulo de ser um disco do Metallica. E enquanto este e outros gigantes ainda continuarem caminhando sobre a Terra, é sempre bom e importante que lancem discos. Afinal, sem eles, nem eu e nem você estaríamos aqui. 

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