Review: Simone Simons - Vermillion

A carreira construída com o Epica nas últimas duas décadas deu a Simone Simons o status de uma das maiores vocalistas do metal. Agora, ela decidiu se aventurar em um voo solo, sem abandonar a banda principal, para explorar novos horizontes. Para dar vida a essa nova empreitada, Simons recrutou o conterrâneo e gênio multifacetado Arjen Lucassen (Ayreon, Arjen Lucassen's Star One, entre outros). O resultado dessa colaboração entre os holandeses pode ser conferido em "Vermillion" (via Nuclear Blast/Shinigami Records). 

Embora a abertura com a grandiosa Aeterna possua uma familiaridade com o trabalho do Epica, a faixa funciona mais como um fan service para aquecer os motores. Por outro lado, é sempre um deleite ouvir qualquer composição de Lucassen, um mestre em ópera rock, prog e sinfônico. Um ótimo cartão de visitas para o desenrolar do disco. 

A primeira grande surpresa de "Vermillion" está em Cradle To The Grave, com participação de Alissa White-Gluz (Arch Enemy). Nesta faixa, com forte influência do industrial, o contraste entre os rosnados de Alissa com a suavidade clássica de Simone é o grande destaque. Ainda pegando carona no industrial, The Weight of My World apresenta um ótimo trabalho de guitarras eu refrão muito bom. Aliás, Simons e Lucassen fizeram muito bom uso dos efeitos eletrônicos ao longo de todo o álbum. 

É verdade que, mesmo em um trabalho solo, Simone Simons não deixaria de fora sua trupe do Epica. Além de Rob van der Loo, que gravou o baixo, e do baterista Koen Herfst, que passou pela banda em 2007, "Vermillion" conta com a participação de Mark Jansen. O líder do Epica empresta seus rosnados em The Core, um rock metalizado mais acessível com um excelente refrão, e em R.E.D., outra faixa na linha industrial com toque cinematográfico

Após a audição dos 46 minutos de "Vermillion", a conclusão é a de um trabalho meticulosamente bem-feito. Ao lado do colaborador Arjen Lucassen, Simone Simons demonstra sua já conhecida versatilidade e explora cenários musicais que seriam, sem dúvida, impossíveis de alcançar com o Epica.

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