Dando sequência à trilogia iniciada com o laureado Tanker Som Rir Natten (vencedor do Grammy norueguês de melhor álbum de metal em 2021), o Djevel lançou a segunda parte intitulada Naa Skrider Natten Sort (via Aftermath Music). Oitavo disco de estúdio da banda, o álbum chega ao Brasil pela Metal Army Records.
>> Resenha: "Tanker Som Rir Natten" - Djevel
Logo de cara já posso afirmar que Naa Skrider Natten Sort é melhor do que o álbum anterior. Não que isto signifique premiações e etc, mas é inegável o passo muito bem dado pelo trio Kvitrim (vocal/baixo), Trånn Ciekals (guitarra/vocal) e o folclórico Faust (bateria). Elementos como piano, teclados e passagens acústicas foram adicionados à sonoridade dando uma nova amplitude gélida à música do Djevel.
A abertura com Naar Taaken Tetner é um excelente cartão de visitas. A faixa começa cadenciada e explode num black metal interessantíssimo, mesclando os vocais rasgados de Kvitrim e os limpos de Ciekals. Destaque para o interlúdio atmosférico com o piano no meio da canção e as exuberantes linhas de baixo do próprio Kvitrim.
O que dizer sobre Kronet Av En Væpnet Haand? Dona de um dos melhores riffs que já ouvi em vida, esta faixa é uma amostra da brutalidade dos demônios noruegueses naquilo que eles fazem de melhor. Os 11 minutos de Naa Skrider Natten Sort provocam um mix de sentimentos que vão desde a desolação à tormenta. Já Mitt Tempel Av Stierner Og Brennende Maaner tem como destaque as passagens acústicas no melhor estilo Ulver.
Fria e escura como a morte, I Daudens Dimme Natt desponta não só como a melhor faixa do disco mas como uma das melhores da história do Djevel. A faixa seguinte, Afgrundsferd, carrega consigo todo o assombro do black metal primitivo dos anos 1990 com riffs dilacerantes. A impiedosa e bela Her Visner Hver En Krans coloca um ponto final em alto nível neste impressionante álbum.
Com quase uma década e meia de existência, o Djevel firma seu nome como uma das maiores bandas dessa nova safra de música extrema. Naa Skrider Natten Sort caminha a passos largos para o título de melhor álbum de black metal lançado em 2022. E para mim já é.
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