Review: "The Crypt" - Bloodyline

Histórias de terror ambientadas no século XIX, Inglaterra Vitoriana, poesia dramática, romance gótico, vampirismo, heavy metalBram Stoker, Edgar Allan Poe, Anne Rice e muita teatralidade. Estão são os ingredientes que compõem o impressionante debut The Crypt, do Bloodyline (via Midian Records). 

Quando apertei o play para ouvir o álbum (lançado estrategicamente no dia 31 de outubro), meu queixo foi ao chão. Logo de imediato percebi muita influência de Mercyful Fate/King Diamond no trabalho. Mas, a medida que o disco se desenrola, outros nomes ficam evidente no caldeirão do Bloodyline como, claro, Cradle Of Filth, Covenant (na época do Nexus Polaris) e até Iron Maiden

Composto por 9 faixas, The Crypt é a primeira parte de um trabalho conceitual que conta a história do professor Peter O'Crowley. Ao ver sua esposa Victoria vitimada pelo clã Almort, o professor busca formas de trazê-la de volta à vida. Com uma história tão assombrosa, o som deveria casar perfeitamente no quesito assombro. E casou. 

Repleto de passagens assustadoras - como em Obituary na abertura do disco -, o trabalho instiga o imaginário e nos leva diretamente para a Inglaterra fria, chuvosa e cinza como bem conhecemos.  A sequência com a ótima Black Mass parece ter saído de um trabalho do mestre King Diamond. Épica e horripilante!  

At The Gates Of The Crypt para mim é a melhor do disco! Com uma pegada mais power metal, a faixa é uma espécie de horror sympho power metal - para a alegria dos "rotulistas" de plantão. Excelente canção! The Banquet tem um instrumental intrincado à lá Megadeth, mas destaque-se pelo uso sublime dos teclados e sintetizados para criar um ambiente perfeitamente fúnebre. 

O disco segue com a emocionante My Last Breath. A sequência com Creatures Apart From Grace tem destaque no apavorante arranjo orquestral no início da música. The Ball Of The Undead passeia pelo industrial e aposta em um refrão dançante - por mais contraditório que isso possa ser. 

A pesada e sombria Unforgivable Sins abre caminho para o épico Blood Of Thy Blood. Com mais de 9 minutos, o início calmo e dedilhado lembra os trabalhos do Iron Maiden - em alguns momentos lembra especificamente Sign Of The Cross. Mas a partir daí a faixa caminha com as próprias pernas e coloca um ponto final de maneira formidável nesta primeira parte. 

Bloodyline é uma grata surpresa na imensidão que é a nossa cena. Produzido com muito cuidado e capricho, The Crypt abre as portas para uma saga que tem plenas condições de ser uma das melhores já criadas no Brasil. 

Comentários

  1. Em My Last Breath na minha humilde opinião em partes de dobra e agudos vocais lembram muito o Maestro Andre Matos(desculpa a Blasfêmia), mas foi oq eu percebi ouvindo muitas vezes.

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    1. Opiniões são sempre bem-vindas! Algumas nuances podem passar desapercebidas para uns, mas outros bem atentos conseguem captar! Escutarei a faixa novamente!

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