Ritual, primeiro álbum do Shaman, é atemporal. O trabalho que marca a estreia da banda formada por Ricardo Confessori, Luis Mariutti, Andre Matos e Hugo Mariutti completou 20 anos nesta terça-feira (21). Clássico dentro do estilo, o disco é celebrado como um dos melhores já lançados no País.
A ruptura da formação clássica do Angra em 2000 colocou vários pontos de interrogação na cabeça dos fãs, mas que imediatamente foram sanadas. Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro seguiram em frente com uma nova formação do Angra, enquanto Confessori e Mariutti se reuniram e deram origem ao embrião do que seria o Shaman.
Nesse meio tempo, Matos estava na Alemanha tocando o projeto Virgo junto com o amigo e produtor Sascha Paeth. Em um movimento natural, o vocalista se juntou aos colegas dissidentes nesta nova empreitada. Para completar a formação, o guitarrista Hugo Mariutti foi integrado ao time.
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Antes de desembarcar em São Paulo para um mega show, o Shaman tocou em Curitiba e em Paris, na França. Em São Paulo, a apresentação contou com um set-list maior que, além das músicas novas e antigas, trazia covers do Viper, Judas Priest e Metallica, e participações de Yvis Passarel e Arnaldo Ricci.
Consagrado em sua terra natal, o Shaman se fechou para a composição do primeiro álbum. Gravado inteiramente na Alemanha sob a batuta do produtor Sascha Paeth, Ritual debutou para o mundo no dia 21 de junho de 2002. Soando como um passo enorme em relação à sonoridade apresentada em Holy Land, do Angra, o álbum impressionou - e impressiona até hoje - pela riqueza de ritmos.
Tendo como conceito o xamanismo, o Shaman incorporou à linguagem musical de Ritual elementos que fugiam do habitual praticado no heavy metal. Fazendo uso de flautas andinas e instrumentos de percussão como o derbak, a banda explorou uma paleta étnica muito ampla na sonoridade do disco - fato que rendeu os rótulos mystic metal e world music metal à música praticado pela banda.
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Composto por 10 faixas, Ritual tem de tudo: desde o peso em faixas como Here I Am, Distant Thunder, Blind Spell e Pride (com participação de Tobias Sammet, passando pela belas e emotivas For Tomorrow e Fairy Tale (esta última virou tema da novela O Beijo do Vampiro na TV Globo e fez com que a popularidade da banda explodisse no Brasil), além da obscura Over Your Head e da ritualística faixa-título.
Lançado e distribuído pela major Universal Music, Ritual deu ao Shaman um status que até então nem o Angra tinha experimentado. Papo de alcançar o mainstream sem precisar emplacar na Europa ou no Japão primeiro. Fairy Tale tocou bastante no rádio e o videoclipe podia ser visto a qualquer momento na finada MTV. Além disso, o Shaman apareceu em programas de TV como o Altas Horas, na TV Globo, e foi eleita a melhor banda pelo caderno Folhateen, do jornal Folha de S. Paulo.
Ainda furando a bolha do metal, a instrumental Ancient Winds, faixa que abre Ritual, foi parar medonho Aquaria, filme estrelado pela então dupla pop teen Sandy & Junior.
Em números, Ritual foi um fenômeno. Ao todo, o álbum soma mais de 500 mil cópias vendidas ao redor do globo.
Contando com uma produção gigantesca, Ritualive foi gravado no Credicard Hall, em São Paulo, em abril de 2003. Além de convidados de peso como Tobias Sammet, Sascha Paeth, Marcus Viana, Andi Deris e Michael Weikath, a planteia era composta por nomes como Marcelo e Penélope Nova, a galera do Korzus, Kiko Loureiro e Felipe Andreoli, e, pasmem os senhores!, Sandy & Junior.
O lançamento de Ritual - e consequentemente Ritualive - é um momento ímpar na história do metal nacional. Muito além do impulso dado pela música na novela, o disco é, sem dúvidas, uma das maiores obras já produzidas no Brasil. E a prova disto é que, mesmo após duas décadas, o álbum segue cultuado até hoje pelos fãs do Shaman.
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