Review: "Genius" - Wolfsbane

A trajetória do Wolfsbane sempre me intrigou. De "quase famosos" à banda que cedeu o vocalista para o Iron Maiden, o quarteto inglês lançou nesta segunda-feira (6) Genius, quinto full-length da carreira, que mantém intacta a proposta de rock "imundo", festivo e descompromissado da banda. 

Na ativa desde 1984, o Wolfsbane sempre buscou o tão almejado lugar ao sol, mas vivia batendo na trave pela falta de um single que emplacasse. No entanto, pode-se dizer que o lançamento Live Fast, Die Fast (1989) colocou um holofote na banda, já que graças ao disco o quarteto foi escalado como open act da Donzela em 1990. 

Parecia que essa oportunidade faria a carreira do Wolfsbane decolar, só que isso não chegou nem perto de acontecer. Mesmo promovendo shows insanos - como pode ser conferido no ao vivo Massive Noise Injection (1993) -, Down Fall The Good Guys (1991) e Wolfsbane (1994) não emplacaram. 

Por outro lado, a luz brilhou (?) para Blaze Bayley. O vocalista foi escolhido para substituir Bruce Dickinson no Iron Maiden e ficou no posto por cinco anos, lançando o obscuro X-Factor (1995) e o enfadonho Virtual XI (1998). Com isso, o Wolfsbane entrou em um longo hiato. 

Bayley foi demitido do Iron Maiden em 1999 e iniciou uma satisfatória carreira solo no início dos anos 2000. Em 2010 e com a formação original - Jase Edwards (guitarra), Jeff Hateley (baixo) e Steve Danger (bateria) completam o lineup -, o Wolfsbane voltou à ativa. O primeiro álbum de inéditas em quase duas décadas foi Wolfsbane Save The World, lançado em 2012. 

Chegamos, então, em Genius. Um aspecto que me chamou atenção logo de cara foi que a banda não perdeu o senso de humor. Além disso, a essa altura do campeonato, as ambições do Wolfsbane são outras - e isto é ótimo para o resultado do álbum.

Com pouco mais de meia hora de som, Genius tem de tudo. A abertura com a louca Spit It Out traz a essência caótica do clássico Manhunt. Zombies tem um refrão grudento digno de trilha sonora de filme de qualidade duvidosa. Impossible Love apresenta uma pegada meio hard rock. Small Town Kisses é a mais radiofônica do álbum. 

Things Are Getting Better é, para mim, a melhor do disco graças ao excelente trabalho de guitarra de Jase e o refrão muito bom. O ar festivo em Rock Night City estimula a vontade de vestir uma calça justa e rasgada, vestir uma jaqueta de coro, colocar um óculos escuros e sair por aí aprontando pela noite. 

Passado todos esses anos e sem a pressão de ter que acontecer comercialmente, o Wolfsbane entrega em Genius um disco muito bom de ouvir. 

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