Agosto de 2000. Andre Matos publica uma carta com a notícia que ninguém queria ler. O vocalista - assim como o baixista Luis Mariutti e o baterista Ricardo Confessori - anunciou que estava deixando o Angra. A notícia abalou a cena nacional e levantou um monte de questões: O que aconteceria dali para frente? Os guitarristas Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro seguiriam com a banda? Quem seriam os músicos substitutos?
Apesar da curta discografia com Angels Cry (1993), Holy Land (1996) e Fireworks (1999) e três EPs (Evil Warning, Freedom Call e Holy Live), o Angra gozava de um enorme prestígio, não só em território nacional. No Japão e na França, por exemplo, os brasileiros eram idolatradíssimos. Reconstruir tudo do zero seria um enorme desafio, e Bittencourt e Loureiro toparam.
NOVA FORMAÇÃO
Angra da esq. p/ dir.: Kiko, Felipe, Rafael, Aquiles e Edu
Menos de um ano após a notícia da saída de Andre, Ricardo e Luis, o Angra reuniu a imprensa na Choperia Continental, em março de 2001, para anunciar os novos integrantes. Baterista da promissora banda Hangar, Aquiles Priester chegou para assumir as baquetas; da Karma, o jovem Felipe Andreoli seria responsável pelas quatro cordas; e para os vocais a banda recrutou Edu Falaschi, frontman do Symbols e finalista do folclórico concurso para novo vocalista do Iron Maiden.
No mesmo evento, a banda ainda apresentou quatro novas músicas que seriam utilizadas no vindouro novo álbum de estúdio: Acid Rain, Rebirth, Unholy Wars e Running Alone.
Através de uma carta assinada por Rafael e Kiko, o Angra deu boas-vindas aos novos integrantes e deram o pontapé à nova era:
"É hora de reconstruirmos ideais, enxergar o futuro com otimismo e deixar renascer o espírito que nos une: a música. Estamos na era da transformação, completamos um ciclo, ouvimos no ar o pranto desesperado dos anjos, descobrimos através das águas a terra sagrada e assistimos de perto a rebelião do fogo, que incendeia sem dó a natureza para que esta possa renascer fortalecida. Temos os quatro elementos nas mãos para criarmos, com vocês, o nosso futuro. A NOVA ERA."
REBIRTH
Sem tempo a perder, o Angra reuniu-se para dar continuidade à composição do novo álbum. O escolhido para produzir o disco foi Dennis Ward, conhecido também pelo seu trabalho como baixista no Pink Cream 69. Gravado na Alemanha e no Brasil, o trabalhou foi finalizado no incrível período de um mês, entre junho e agosto de 2001.
Lançado em 13 de novembro de 2001 e batizado de Rebirth, o álbum tem como temática lírica a reconstrução de um mundo que fora devastado. E, para bom entendedor, era claro que isto estava ligado à situação atual vivida pela banda, que teve que renascer e se reconstruir. O refrão de Nova Era, música que abre o disco, dá o tom:
Rebirth apresentou um Angra com sonoridade mais segura e direta, sem espaço para experimentos como em Holy Land ou no sucessor Temples Of Shadows (2004). A ideia era acomodar bem a banda antes de partir para voos mais exploratórios. E esta foi a decisão mais acertada que o Angra poderia tomar.
Com calma e sem pressão, a banda produziu um álbum que caiu nas graças do público e da crítica, o que recolocou o Angra no seu lugar de destaque na cena de power metal. O sucesso foi tanto que em dois meses o disco vendeu incríveis 100 mil cópias - sendo 1,5 milhão de cópias até hoje - e ganhou certificados de ouro no Brasil e no Japão.
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