Review: "Histeria" - Insânia

O Brasil vive, na História recente, uma verdadeira distopia. Onde antes era uma terra minimamente civilizada, hoje é um país que qualquer pessoa com o um pingo de bom senso quer evitar. Há ainda aqueles que preferem de alguma forma manifestar sua insatisfação com o cenário atual e ser uma voz de resistência contra tudo isso que tá aí. Este é o caso da banda Insânia, que acaba de lançar seu segundo álbum chamado Histeria.  

Formada no Recife em 2017, a banda se propõe a executar um groove metal denso, pesado e raivoso. As letras versam contra todas as desgraças que vivemos nos dias de hoje: crimes sexuais contra mulheres, maracutaias jurídicas, neonazismo/neofascismo, patriotas com a camisa da CBF, pandemia, fake news, falsos religiosos, governo opressor e a perigosa dependência das redes sociais. 

Foto: Divulgação

A Insânia já merecia todos os aplausos pela coragem de se expor ao emitir opiniões sobre assuntos tão sufocantes. Mas o trabalho geral apresentado em Histeria é digno de maiores congratulações. O instrumental é impecável, os riffs são brutais, os arranjos são ótimos, as letras são bem escritas e as linhas vocais estão no tom certo: cheias de ódio.

Musicalmente destaco Falso Heroi e seu ótimo riff inicial; Monstros com grooves empolgantes; a assustadora América da Morte; a veloz e cheia de pegada MMXX; a preciosa e necessária Eu Protesto; e o soco no estômago em Guerra Por Paz. 

Com um material tão farto em mãos, o quarteto formado Diogo Felipe (vocal), Raffa Farias (guitarra e produção), André Cabral (baixo) e Vitor Lima (bateria) conseguiu transmitir sua mensagem. E Histeria é isto: um grito de protesto contra todas as chagas que deixaram nosso país doente. 

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