Review: "Царю Небесный / Heavenly King" - Батюшка

Depois de todo o processo jurídico que concedeu a Bartłomiej Krysiuk (a.k.a Барфоломей) os direitos sobre o nome Батюшка/Batushka, os monges ortodoxos voltam à ativa com o EP Царю Небесный Heavenly King. O trabalho chega no mercado pela Witching Hour Production

Na verdade, Царю Небесный Heavenly King é o segundo trabalho da banda desde o fim da batalha judicial. Em 2020, a missa negra virtual realizada para o festival Música del Parque a la Casa deu origem ao cd e dvd ao vivo Черная Литургия / Black Liturgy lançado em dezembro. 

>> Leia resenha de Черная Литургия / Black Liturgy aqui. 

Uma coisa que nos salta aos ouvidos imediatamente é que o Батюшка de Барфоломей flerta muito mais com o doom do que com o black metal, como no álbum Litourgiya. A banda transita por atmosferas mais sombrias e inquietantes em canções mais arrastadas e dolorosas. 

Este direcionamento fica explícito em Письмо I, música que abre o EP. Um doom metal angustiante e incômodo. Por outro lado, em Письмо II o "antigoБатюшка mostra força em uma canção que mescla as principais características da banda - incluindo os tão festejados blast beats. O mesmo acontece com Письмо III. 

O que me chamou atenção no contexto geral foram os cantos das missas ortodoxas. Para mim, hoje eles soam mais tímidos, sem causar o impacto sonoro de outrora como em Litourgiya - melhor álbum da banda até aqui e que sempre será usado como parâmetro. 

Mas é inegável que os maiores destaques de Царю Небесный Heavenly King estão na segunda metade do álbum. Começando por Письмо IV, um tema agoniante e intenso - uma das melhores! Письмо V traz, de fato, todo o clima litúrgico em um cântico eclesiástico mesclando voz masculina e feminina. 

Colocando um ponto final no EP, Письмо VI é uma das melhores músicas já lançadas pelo Батюшка. Também calcada principalmente no doom, a música é uma aflitiva jornada de 7 minutos em texturas melancólicas e amargas, com direito à arranjos orquestrais. 

Particularmente prefiro o som executado em Litourgiya (2015), mas é inegável que o Батюшка entrega em Царю Небесный Heavenly King um trabalho muito coeso e dentro das expectativas. 

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