Review: "Symphony Of Good And Evil" - Hevilan

Com mais de 15 anos de estrada, o Hevilan finalmente chegou onde sempre mereceu estar. Com muita batalha, a banda de São Paulo começou a receber o devido destaque em 2013 graças ao debut The End Of Time lançado de forma independente. Agora, sob chancela da Brutal Records (a mesma que lançou o HellgardeN), o Hevilan apresenta seu segundo full-lenght intitulado Symphony Of Good And Evil

Tudo bem que a temática que conduz o álbum - o conflito entre o Bem e o Mal dentro do ser humano - não é nenhuma novidade dentro do metal, mas a musicalidade para versar sobre tal tema é o que impressiona aqui.

Altamente técnico, o Hevilan entrega um disco cativante; bastante influenciado pelo heavy metal tradicional e com muitas, mas muitas pitadas de prog e sympho. Alex Pasqualle (vocal), Johnny Moraes (guitarra), Biek Yohaitus (baixo) e o estreante Rafael Dyszy (bateria) mostram muita habilidade nos instrumentos, o que pode ser conferido nas 12 músicas que compõem o disco. 

Dark Paradise abre o disco de forma imponente em um prog metal que fará o apreciador do estilo sorrir de orelha a orelha. O instrumental é o grande destaque: passagens truncadas, riffs pesadíssimos e complexos, e uma cozinha digna de nota 10. Rebellion Of The Saints chama atenção mais uma vez para os riffs executados por Moraes, assim como em Great Battle. Em Here I Am, Pasqualle mostra muita versatilidade em melodias envolventes. 

O disco tem duas músicas mais mornas - sendo uma balada - chamadas Always In My Dreams e Waiting For The Right Time. Mesmo com toda a habilidade da banda, essas canções - ao meu ver - ficaram deslocadas e destoam do restante do material. Além disso, por conta de terem sido inseridas entre as melhores do álbum, causam um certo anticlímax. 

Dividida em duas partes, Devil Within tem em sua parte I (Devil Approaches) uma atmosfera grandiosa, em que os coros e aliados ao instrumental me remeteu à clássica Seventh Son Of A Seventh Son, do Iron Maiden. Já na parte II, Hammer Of Good, o baixo de Yohaitus rouba a cena de maneira espetacular. 

Mas é na faixa-título (esta dividida em quatro partes) que o nível é posto lá no alto. Uma mini ópera-metal dentro do disco, a música abre com Revelation em um emocionante trabalho orquestral que mostra todo o lado épico da banda; já Dark Ages é um prog metal instrumental de altíssimo nível; enquanto Song Of Rebellion e seu metal sinfônico carrega um quê - numa associação rápida - de RhapsodyEpilogue põe um ponto final nesta obra de arte. 

O Hevilan definitivamente finca seu nome na cena graças ao excelente Symphony Of Good And Evil. E agora, com uma gravadora dando aquele empurrãozinho, a banda paulista certamente alçará voos grandes - quando, claro, a pandemia passar. 


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