Review: "Ωmega" - Epica

Ainda estamos no fim de fevereiro e início de março, mas não é nenhum exagero afirmar que Omega, o oitavo disco de estúdio do Epica, caminha a passos largos para figurar entre os melhores do ano. Lançado pela Nuclear Blast, o álbum está disponível no Brasil por meio de uma parceria da gravadora alemã com a Shinigami Records

Iniciar esta resenha pela conclusão tem um motivo: isto precisava ser dito logo de cara para os leitores, bem explícito. Até porque esta foi minha reação ao ouvir pela primeira vez o disco. E eu, confesso, sou uma pessoa difícil de agradar. Só que quando dei o play em Omega e o escutei até o fim, minha reação foi: "Uau! Facilmente um dos melhores do ano!". 

Gravado entre março e abril de 2020 no Sandlane Recording Facilities, na Holanda, o álbum tem a produção assinada por Joss van den Broek, ex-tecladista do After Foverer. Ou seja, tudo em casa. Brincadeiras à parte, é fato que a produção redondinha contribuiu para que o disco soe esplêndido do início ao fim. 

A abertura com Alpha - Anteludium, seguida por Abyss Of Time - Countdown To Singurality, mostra que o sexteto formado por Simone Simons (vocal), Mark Jansen (guitarra e vocal gutural), Isaac Delahaye (guitarra), Coen Janssen (teclado), Ariën van Wessenbeek (bateria) e Rob van der Loo (baixo) não está para brincadeira. Destaque para as linhas vocais executadas em dueto por Simons e Jansen. O contraste entre o gutural e o suave criam um dialogo nas músicas. 

Aliás, tudo neste álbum soa de forma impecável e grandiosa. A precisão no cuidado com os arranjos, principalmente da orquestração e dos coros, é um dos grandes destaques do trabalho. Além, claro, de toda a sutileza, dramaticidade e, por vezes, agressividade que compõem as características básicas do som dos holandeses. 

Seal Of Solomon e Code Of Life trazem nuances bem interessantes de melodias do Oriente Médio, sendo que a segunda em algumas passagens lembra bastante o trabalho da banda israelense Orphaned Land. Freedom - The Wolves Within tem um refrão caprichado, para cima, empolgante - e grudento. 

Kingdom Of Heaven, Part. III - The Antediluvian Universe é um épico de 13 minutos em que os holandeses exploram de forma exímia todas as personalidades musicais. Ao longo da jornada ainda há a leveza e o brutal com direito a blast beats que por segundos transformam o Epica em uma banda de black metal sinfônico - exagero, talvez. 

Rivers vem na sequência para segurar um pouco a onda depois de um som de tirar o fôlego. E, claro, o destaque absoluto fica para a interpretação magistral de Simons durante toda canção. Synergize - Manic Manifest joga a adrenalina novamente lá para o alto com toda a dramaticidade possível na voz de Simons, intercalada com a de Jansen em meio aos blast beats de Wessenbeek

Por fim, a dobradinha Twilight Reverie - The Hypnagogic StateOmega - Sovereign Of The Sun Spheres dão ao disco o encerramento majestoso que ele merece. 

São infinitos os adjetivos para classificar o trabalho presente em Omega, e o conselho que eu dou para você, leitor, é: OUÇA! 

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