OS CINCO MELHORES DISCOS DO HELLOWEEN COM ANDI DERIS SEGUNDO EU MESMO

Foto: Sami Silim

Uma nuvem carregada rondava a cidade de Hamburgo (ALE), QG do Helloween, no início dos anos 1990. A banda se viu perdida com a saída do Kai Hansen — que montou o Gamma Ray —, com as brigas internas entre Michael Kiske e Michael Weikath e uma milionária batalha judicial com sua antiga gravadora, a Noise Records. Tudo isso culminou no lançamento de dois discos que, apesar de terem uma boa parcela de apreciadores, era muito aquém do que a banda havia apresentado com os Keepers.

Devido a briga com a gravadora, Pink Bubbles Go Ape saiu em 1991 no Japão e somente em 1992 foi lançado no resto do mundo. O imbróglio impossibilitou que a banda saísse em turnê divulgando o disco. No ano seguinte, o álbum Chameleon poderia ter sepultado de vez a carreira do Helloween. Vendo o trabalho ir mal comercialmente e recebendo pesadas críticas da mídia e do público, a banda alemã teve seu contrato com a major EMI encerrado e viu seu vocalista abandonar o barco. Além disso, o Helloween convivia com os problemas mentais que culminaram no suicídio do ex-baterista Ingo Schwichtenberg — que havia sido afastado de suas funções durante turnê de promoção do Chameleon — em 1995.

Qual seria o futuro do Helloween? Sem gravadora, sem baterista e sem vocalista, a banda teve que se reinventar. E conseguiu. Para o posto deixado por Kiske chegou Andi Deris, do Pink Cream 69. O recrutado para assumir as baquetas foi Uli Kusch, ex-Gamma Ray. O Helloween assinou inicialmente com a Castle Commnunications e essa nova formação — principalmente Deris com seu carisma no palco e talento para composições — evitou que a banda caísse no ostracismo com o lançamento de discos que agradaram tanto o público quanto a crítica.

Assim, confira a lista (em ordem crescente) dos cinco melhores discos do Helloween na fase Andi Deris segundo eu mesmo.

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5. Master Of The Ring (1994)


Lançado um ano depois de todo turbilhão vivido pela banda, Master Of The Rings figura na lista pelo simples fato de ter mostrado que o Helloween estava vivo. O disco não tem uma boa produção, mas apresenta grandes músicas como Sole Survivor, Where The Rain Grows, Why?, Mr. Ego (em “homenagem” a Michael Kiske), Perfect Gentleman e a balada In The Middle Of A Heartbeat.

4. Better Than Raw (1998)

A entrada de Uli Kusch deu um upgrade técnico sem precedentes nas linhas de bateria da banda. Não, leitor. Não estou dizendo que Uli é melhor que Ingo. Porém, guardada as devidas proporções, a mesma análise que é feita com relação a Clive Burr e Nicko McBrain no Iron Maiden cabe aqui. Enquanto uns são os caras da pegada (Ingo e Clive), os outros (Uli e Nicko) apresentam uma técnica refinada. Além disso, Uli mostrou-se um grande compositor tanto neste quanto nos outros dois discos que entrarão na lista.

Push, Falling Higher, Hey Lord!, Revelation, I Can e Lavdate Dominum (sim, em latim!) são alguns dos destaques do disco.

3. Gambling With The Devil (2007)

No início dos anos 2000 o Helloween passou por uma nova mudança de formação. Uli Kusch e Roland Grapow deram lugar a Dani Löble e Sasha Gerstner respectivamente. Com esse novo line-up a banda gravou o precipitado e pretensioso Keeper Of The Seven Keys — The Legacy. No entanto, em 2007 chegou ao mercado o álbum Gambling With The Devil. E que disco!

Bem trabalhado, com uma ótima produção e arte gráfica do encarte, o disco apresenta composições mais maduras — afinal a banda já estava mais entrosada. Kill It, The Saints, As Long As I Fall, Paint A New World e Heaven Tells No Lies merecem destaque absoluto sendo esta última umas das melhores músicas de toda a história do Helloween.

2. The Dark Ride (2000)

Sombrio, frio e pesado. Assim podemos classificar The Dark Ride. Produzido pela dupla Roy Z e Charlie Bauerfeind, o disco apresentou o Helloween com uma afinação baixa, um tom abaixo, que trouxe esse ar dark para o disco e deixou o happy-happy de lado.

All Over The Nations, Mr. Torture (uma divertida composição de Uli Kusch), Escalation 666, Mirror Mirror, If I Could Fly, Salvation e a faixa-título são destaques deste excelente álbum! Uma pena que ele selou o fim da formação que reergueu a banda no meio dos anos 1990.

1. The Time Of The Oath (1996)

Apenas uma palavra pode definir este álbum: clássico! Segundo lançamento com a formação pós Michael Kiske, o disco é recheado de músicas maravilhosas e de muito bom gosto. São 12 composições de um Helloween pulsante e cativante. O clima Happy Happy Helloween estava de volta!

We Burn, Steel Tormentor, Wake Up The Mountain, Power (maior clássico da fase Andi Deris), Forever And One, Before The War, A Million To One, Anything My Mamma Don’t Like (divertidíssima!), Kings Will Be Kings e a faixa-título são de tirar o fôlego! 

Como eu disse no começo: CLÁSSICO!


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