Review: Blaze Bayley - Circle of Stone

É impossível iniciar este texto sem dizer que Blaze Bayley é um guerreiro. Desde os dias no underground com o Wolfsbane até os holofotes do mainstream com o Iron Maiden, Bayley experimentou todos os altos e baixos que a vida pode oferecer a um músico. No entanto, com um poder de resiliência acima do normal e dono de um espírito indomável, o vocalista nunca abandou o sonho de viver do heavy metal. Mesmo sem o apoio de grandes gravadoras, Blaze construiu uma sólida e autêntica carreira solo, que culmina com o lançamento de "Circle of Stone" (lançado pela Dynamo Records e distribuído pela Shinigami Records). 

"Circle of Stone" estava pronto desde março do ano passado, porém, o lançamento do álbum - assim como toda a agenda de Bayley - foi suspenso devido a um grave problema cardíaco enfrentado pelo cantor. Bayley sofreu um severo ataque cardíaco, o que o levou a passar por uma cirurgia de ponte de safena quádrupla. Após sete meses do susto, o vocalista anunciou seu retorno aos palcos, e em janeiro deste ano, confirmou o lançamento do sucessor de "War Within Me" (2021).

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Décimo primeiro full-lenght na discografia de Blaze, "Circle of Stone" é dividido em duas partes. A primeira, puramente heavy metal. São seis faixas que, segundo Bayley, falam sobre fragilidade humana, resiliência, coragem e gratidão. É basicamente a história da trajetória do vocalista nesses anos de serviços prestados à música. Acompanhado por Chris Appleton e Luke Appleton (guitarras), Karl Schramm (baixo) e Martin McNee na bateria, o cantor soa revigorado, mais metal e mais pesado nessa primeira parte. Muitos podem criticar a fórmula arroz com feijão pela simplicidade, só que Bayley se mostra 100% confortável aqui. 

Mas é na segunda parte que mora o diferencial de "Circle of Stone". Composto por faixas que se conectam, o lado B "conta a história de nossa tribo esquecida; uma busca pela verdade no coração do círculo de pedras altas". E aqui somos felizmente surpreendidos por um Blaze muito à vontade na função de contador de História. Para criar a atmosfera épica que o conceito abordado pede, Bayley teve a companhia de Niklas Stalvind, Tammy-Rae Bois, Anne Bakker e Vicky Kennerley nessa empreitada tribal e ancestral. 

Dentro daquilo que se propôs a fazer, não é exagero afirmar que Blaze Bayley se saiu muito bem em "Circle of Stones". Adepto do heavy metal na mais pura essência, o vocalista mostra que, se depender dele, o metal nunca morrerá. 

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