Review: Mägo de Oz - Alicia en el Metalverso

Após um década nada empolgante com a saída do lendário José Andrëa e a entrada do mediano Zeta, o Mägo de Oz parece ter se reencontrado com o novo álbum intitulado Alicia en el Metalverso (via Warner Music Spain). Décimo quarto trabalho na discografia dos espanhóis, o disco marca a estreia do vocalista Rafa Blas em estúdio com a banda. 

>> Sound Classic: "La Leyenda de la Mancha" - Mägo de Oz

Antes de chegarmos às músicas, vale destacar a ótima capa do álbum elaborada pela artista Marta Moraga. Nela, Alicia é retratada com uma camisa clássica do HIM, apresentando traços que remetem à estética da Noiva Cadáver de Tim Burton e elementos das Monster High. 

Foto: Divulgação

Logo na impressionante abertura com a faixa-título, o Mägo de Oz apresenta sua carta de intenção para esta nova fase da banda. O início tem um ar sombrio bem no estilo Black Sabbath, onde Blas já exibe suas habilidades vocais. O épico de 12 minutos se desdobra em diversas camadas sonoras, explorando fórmulas familiares aos ouvidos dos fãs, mas também apontando para novos horizontes dentro do power metal. A música conta ainda com a participação de Diva Satanica (Bloodhunter e ex-Nervosa). 

E é nessa pegada mais voltada para o metal e menos para o folk que Alicia en el Metalverso se desenrola ao longo das nove faixas. O alcance vocal de Blas é um fator importante nessa transição, contribuindo para a evolução do Mägo de Oz. O primeiro single do álbum, El Sombrerero Loco, conecta a banda ao power metal contemporâneo, enquanto El Metalverso traz elementos mais característicos do Mägo antigo. Seremos Huracán, lançada como segundo single, apresenta uma abordagem mais direta e crua em comparação com as outras faixas.

Se até aqui Rafa Blas era a grande atração do disco, a cereja do bolo vem com a balada Como un Susurro, na qual o novo vocalista emprega muita emoção e camadas de beleza no decorrer da faixa. Mas fiquem atentos: tem surpresa no último terço da música. Com a participação de Isra Ramos, Luna de Sangre era uma das canções mais aguardadas do álbum. E afirmo: ela cumpre seu papel e agrada pela sua simplicidade. Em seguida, Somos los Hijos del Rock se destaca como o típico hino em prol do rock'n'roll, feito para ser cantado abraçado, bêbado, com um amigo. Por fim, Por si un Día te Pierdes e a grandiosa La Voz de los Valientes encerram o disco.

Se você é um fã que se afastou e deixou o Mägo de Oz meio de lado na década passada, pode vestir a camisa novamente e curtir este maravilhoso Alicia en el Metalverso.