Após quase duas décadas, o Jethro Tull retorna como banda no novíssimo The Zealot Gene (via Hellion Records), 22º álbum de estúdio. Mas, antes de falar do álbum em si, farei breves considerações.
Sempre tenho muito cuidado quando uma banda desse porte - e tempo de estrada - lança um novo disco. Uma boa parcela dos fãs espera algo próximo dos clássicos de outrora. Isto, ao meu ver, limita o novo trabalho colocando nele um peso que nem deveria existir.
Não, o Iron Maiden não lançará um novo The Number Of The Beast, assim como o Metallica não fará nada superior ao Master Of Puppets e nem o Jethro Tull vai superar o Aqualung. Isto me faz olhar para os novos trabalhos destes dinossauros de uma maneira diferente. Me contenta muito mais o fato de todos estares ativos e compondo boas músicas do que se apegando ao passado e tentando recriar clássicos. Os Anos Dourados já passaram.
Chegamos, então, a The Zealot Gene. E outra consideração óbvia deve ser feita: este é um trabalho solo de Ian Anderson que, por agradecimento aos músicos que o acompanham em sua carreira solo, colocou o selo de Jethro Tull no álbum - e isto não é algo ruim.
The Zealot Gene é um disco muito agradável e interessante de se ouvir. Com um Anderson inspiradíssimo nas composições - as letras apresentam conexões com textos bíblicos -, o álbum passeia pelo folk, rock, prog e até um folk'n'roll como em Mrs. Tibbets. A dobradinha The Zealot Gene e Shoshana Sleeping agradam pela grandiosidade e ar dramático.
Ao longo do disco Ian Anderson despeja um número sem-fim de melodias incríveis na flauta e nas linhas vocais. Isto garante ótimos momentos como nas faixas Barren Beth Wild Desert John, Where Did Saturday Go? e Three Loves, Three. Outros são as deleitosas The Betrayal of Joshua Kynde e a folk prog The Fisherman of Ephesus.
Apesar de The Zealot Gene ser um bom disco, não podemos tratar a ausência do clássico guitarrista Martin Barre como um mero detalhe. Mas, ao lado de Joe Parrish (guitarra), John O'Hara (piano/teclados), Scott Hammond (bateria) e David Goodier (baixo), Ian Anderson mostra que o Jethro Tull ainda tem vida.
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