Review: "Misanthropy Chronicles" - Diabállein

Misanthropy Chronicles (via Impaled Records), terceiro álbum da Diabállein, estava no meu radar desde o lançamento ainda em setembro de 2022. Por conta da demanda muito grande aqui na Soundhouse_BR e das atividades pessoais, a audição foi postergada inúmeras vezes. Agora, após idas e vindas, finalmente pude dedicar o tempo necessário para apreciar e absorver este precioso artefato.  

O raw black metal influenciado por bandas como Darkthrone Dark Funeral é notório do primeiro ao último minuto do álbum - é possível perceber também inspirações em nomes como Enthroned e Sarcófago. Em termos líricos, o quarteto formado por Octavivs Voxum (vocal), Jean Misfortune (guitarra), Matheus Califa (baixo) e Ivam Phobos aborda temas como suicídio, depressão, misantropia, sofrimento e outras perturbações. 

Feito este preâmbulo, vamos às músicas. Morbid Rites abre os trabalhos de maneira primorosa. Com riffs dilacerantes e um vocal que emana tormento, esta faixa é um hino digno das profundezas. The Papacy of Lust viajou no tempo direto dos anos 1990 para cá. Ríspida e cortante como lâminas afiadas penetrando a carne, esta figura entre as melhores do trabalho. Cantada em português, Nyctibius Griseus também merece destaque pelo alto teor de desespero. 

Quando a dor e o sofrimento se encontram, o resultado é a inquieta e angustiante When the Pain Encounters the Suffering. Cadenciada e sombria, a faixa transita numa zona cinzenta de amargura e aflições. Coube à clássica Diabolic Possession, do Amen Corner, encerrar o disco num cover muito certeiro executado pela Diabállein

Funcionando como uma espécie de trilha sonora para seres de alma obscura, Misantrophy Chronicles estabelece a Diabállein como uma das melhores bandas de black metal do Brasil. 

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