Review: "The Sick, The Dying... And The Dead!" - Megadeth

Para o bem ou para o mal, muita coisa aconteceu no universo Megadeth desde o lançamento de Dystopia (2016). Na parte musical, o disco foi bem aceito pelo público e pela crítica, e marcou a estreia de Kiko Loureiro nas seis cordas. Havia um ar de otimismo para o próximo trabalho, mas aí o trem desandou. 

Em 2019, Dave Mustaine anunciou que fora diagnosticado com um tumor na garganta. Não bastasse todo o drama de saúde do líder máximo do Megadeth, Mustaine ainda teve que lidar com o vazamento de vídeos íntimos do parceiro de longa data David Ellefson. Com uma situação insustentável, o baixista e co-fundador da banda foi demitido em 2021. 

Além disso, a pandemia de covid-19 colaborou para que o cronograma do novo álbum atrasasse. Com a poeira baixa, Mustaine reorganizou a casa. Para substituir Ellefson, o guitarrista recrutou o baixista Steve Di Giorgio (Testament) para regravar todas as linhas que já estavam prontas - James LoMenzo assumiu as quatro cordas em definitivo. Além disso, Chris Adler pulou do barco e indicou Dirk Verbeuren para a bateria. 

Assim, depois de idas e vindas, The Sick, The Dying... And The Dead! (via Tradecraft/Universal Music), 16° álbum de estúdio do Megadeth, viu a luz do dia. E logo na primeira audição fica claro que, apesar dos pesares, a espera não foi em vão. Sem precisar provar nada para ninguém graças aos 40 anos de serviços prestados ao thrash metal, Mustaine & Cia. entregam um disco redondinho para os fãs. 

Riffmaker desde o berço, Mustaine despeja uma quantidade impressionante de riffs memoráveis ao longo do disco. A parceria com o novo fiel escudeiro Kiko Loureiro rende momentos ímpares como na poderosas Life In Hell e Night Stalkers - esta com participação de Ice-T, do Body Count. Celebutante e We'll Be Back apresentam um ar de Megadeth clássico e evidenciam toda a (indiscutível) capacidade de Mustaine em criar riffs

Mas como nem só de porradaria vive um disco, The Sick, The Dying... And The Dead! tem seus momentos de "calmaria" como nas acessíveis e radiofônicas Killing TimeMission To Mars. Outros destaques são Sacrifice, Junkie e Soldier On! - nesta última os louros vão todos para Verbeuren e o espetacular trabalho de bateria no decorrer da música. 

Para fechar o álbum, o Megadeth trouxe ainda dois ótimos covers: Police Truck, do Dead Kennedys, e This Planet's On Fire (Burn In Hell), do Sammy Hagar, com direito à participação do próprio. 

The Sick, The Dying... And The Dead! mostra que, ao contrário do título, o Megadeth está saudável, ativo... e (ainda bem) muito vivo! 

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