Lançando em abril de 1990, Magos, Espadas y Rosas, segundo álbum de estúdio dos argentinos da Rata Blanca é, sem dúvidas, um dos maiores discos de rock pesado cantado em língua não inglesa. Passadas mais de três décadas, o trabalho superou com sobras a temida prova do tempo tornando-se o maior clássico da extensa discografia da banda.
A NOVA VOZ
Fundada pelo talentoso guitarrista Walter Giardino (ex-V8) em 1987, a Rata Blanca lançou o debut autointitulado pela PolyGram no ano seguinte. Graças à canções como Sólo Para Amarte, El Sueño de la Gitana e Chico Callejero, o disco rendeu à banda uma longa turnê pelo país - começando em dezembro de 1988 e com previsão de encerramento para janeiro de 1990.
Já tendo um histórico de idas e vindas na banda, o vocalista Saúl Blanch abandonou definitivamente a Rata Blanca durante a turnê alegando diferenças artísticas e de idade. O escolhido para substituí-lo foi Adrián Barilari (ex-Topos Urbanos, Cobalto, Vietnam e Dias de Gloria), que foi apresentado ao público nas 11 datas finais da tour.
Para que houvesse a renovação de contrato com a PolyGram para mais um álbum, a gravadora estipulou que Rata Blanca tivesse um número mínimo de cópias vendidas. Porém, o sucesso do disco foi tanto que a banda entregou à corporação números quatro vezes maiores que o estipulado. Com um novo contrato e um novo vocalista, era hora Rata Blanca criar uma nova obra.
METAL, MÚSICA CLÁSSICA E SUCESSO
Estabilizada com Giardino e Sergio Berdichevsky (guitarras), Guillermo Sánchez (baixo - R.I.P. 2017), Gustavo Rowek (bateria) e os novatos Barilari (vocal) e Hugo Bistolfi (teclado), a Rata entrou no Estudio Buenos Aires em novembro de 1989 para dar início às gravações do segundo disco com a produção de Mario Sanguinet.
Batizado com o poético nome Magos, Espadas y Rosas, o disco elevou a Rata Blanca ao patamar de fenômeno do rock pesado argentino. Incorporando mais elementos de metal e neoclássico à sonoridade, a banda apresentou canções com estruturas mais bem elaboradas e ricas em harmonias.
"A banda tem a força e o ritmo do heavy metal somados às estruturas melódicas e harmônicas da música clássica. Ouço Paganini, Bach, Mozart, Vivaldi e Beethoven com o mesmo interesse que Deep Purple, Rainbow, Judas Priest, Accept e AC/DC", declarou Giardino.
Impulsionado por clássicos como La leyenda del Hada y el Mago, El beso de la Bruja, Haz tu Jugada, El camino del Sol, Días Duros e o mega hit Mujer Amante, Magos, Espadas y Rosas vendeu mais de 300 mil cópias em todo o país na época do lançamento. Mujer Amante, que tocou bastante na rádio e ajudou na promoção do disco, entrou na lista final de músicas do álbum aos 45 do segundo tempo.
>> Assista aqui o clipe de La leyenda del Hada y el Mago
"Mujer Amante não ia estar no álbum, não fazia parte da tracklist porque era uma balada e já tínhamos uma balada", afirmou Barilari. "Eu queria fazer algumas letras e chamei de Estrella Fugaz, entreguei, Walter revisou e fez alguns arranjos e ficou lá. Quando o disco foi para a gravadora, concluiu-se que ele estava com pouco tempo. Acabamos, então, incluindo aquela balada como complemento do tempo", concluiu Adrián.
Vale destacar que o clipe gravado para Mujer Amante foi "censurado". No vídeo, Barilari aparecia em cenas digamos nada ortodoxas com a atriz Amalia Pinetta. Uma nova versão foi produzida e nele não havia nenhuma outra cena que não fosse da banda executando a música no palco.
>> Assista aqui o clipe original de Mujer Amante
O sucesso estrondoso de Magos, Espadas y Rosas mexeu com o showbusiness argentino. Além de aparecer em inúmeros programas de TV que até então nunca tinham dado espaço para o rock pesado, a Rata passou a tocar em espaços completamente fora do universo heavy metal - como casas de cumbia - por conta da alta demanda por ingressos e maior estrutura de palco. Sobre isso, Gilardino demostra um certo arrependimento.
"Hoje, ao longo dos anos, sinto muito por ter participado desses recitais em locais específicos de música tropical, mas parece bom e necessário esclarecer que nessas apresentações a Rata Blanca não tocava cumbia, mas fazia sua música”, declarou o guitarrista.
Para divulgar o disco, a Rata Blanca deu início à turnê Por el camino del Sol em 14 de julho de 1990 no Estadio Obras Sanitarias, em Buenos Aires. A tour percorreu os quatro cantos da Argentina e parte da América do Sul, tendo seu ápice numa apresentação histórica no José Amalfitani, estádio do Vélez Sarsfield, para um público de 40 mil pessoas.
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Hoje, mais de 30 anos depois, Magos, Espadas y Rosas superou a marca de cinco milhões de cópias vendidas em todo o planeta e continua sendo o álbum mais bem-sucedido e reverenciado na história da Rata Blanca.
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REFERÊNCIAS
https://exitoina.perfil.com/noticias/general/2011-06-02-56770-rata-blanca-festeja-los-20-anos-de-magos-espadas-y-rosas.phtml
https://www.diario26.com/134411--20-aniversario-en-vivo-magos-espadas-y-rosas-rata-blanca-edito-su-disco-mas-exitoso
https://en.wikipedia.org/wiki/Rata_Blanca
http://www.ratablanca.net/
https://en.wikipedia.org/wiki/Magos,_espadas_y_rosas
https://crock.com.ar/cumple-30-anos-el-historico-album-de-rata-blanca-magos-espadas-y-rosas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Magos,_Espadas_y_Rosas
http://secinicial.blogspot.com/2012/10/magos-espadas-y-rosas-rata-blanca-1990.html
https://rocksesion.com/2013/03/08/rata-blanca-magos-espadas-y-rosas-1990/
https://www.laizquierdadiario.com/El-grito-suave-30-anos-de-Magos-espadas-y-rosas
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