Review: "Midnight Conjuring" - Goaten

A primeira vez que tive contato com o som do Goaten foi em 2021, por meio do canal NWOTHM no YouTube. Na época, a banda gaúcha promovia o excelente EP Crimson Moonlight, que sucedia o igualmente bom The Following (2020), e já se preparava para um salto maior na carreira. E esse salto é confirmado com o lançamento do aguardadíssimo full Midnight Conjuring (via Cianeto Discos). 

Gravado no Estúdio Hurricane e com produção de Sebastian Carsin, Midnight Conjuring é uma reverência aos clássicos cults de horror e ao heavy metal oitentista - principalmente Judas Priest, Accept e Mercyful Fate. Essa essência é capturada com maestria na arte da capa, assinada pelo artista indonésio Asep Yasin Abdulah. A imagem faz alusão à icônica cena do filme A Hora do Pesadelo, na qual o temível Freddy Krueger surge assustador no quarto de Nancy.

Daniel Limas, Francis Lima e Rafael Drinkwine (Foto: Divulgação)

O power trio formado por Francis Lima (vocal/baixo), Rafael Drinkwine (bateria) e Daniel Limas (guitarra) chega com os dois pés na porta com a excelente Witches' Serenade. A faixa é um hard'n'heavy com uma pegada mais moderna, com ótimas linhas vocais e um refrão impossível de não sair cantarolando por aí. A sequência com Phantom Chaser tem como destaque a acelerada no final da faixa mesclando speed e thrash. O primeiro terço do álbum fecha com o épico Pride or Dust, com um trampo de guitarra que lembra o Oriente Médio, meio desértico. 

Until I Come Again reacende o hard'n'heavy com riffs habilmente elaborados e uma linha vocal de fácil assimilação. Aliás, uma constante em Midnight Conjuring é o fato das músicas soarem acessíveis, evitando partes complexas sem necessidade. A abordagem é totalmente direta e descomplicada. Outra grande faixa deste álbum é Bells, uma velha conhecida do público. Nesta, o trio brilha organicamente em um trabalho de excelência inquestionável. E como não poderia faltar, a power ballad When Midnight Comes é um respiro no meio de tanta intensidade. 

O último terço do álbum abre com Finally Free. Que talento tem o Goaten para criar melodias e refrãos agradáveis! Mais uma que é impossível não sair cantarolando por aí mesmo após uma única audição. E aí vem a maior pedrada do disco: Metal Blade, um heavy/thrash old school que parece ter emergido das águas da Baía de São Francisco diretamente para o Vale dos Sinos. Por fim, o trabalho se encerra com o épico sombrio The Thing at the Camp

Uma das estreias mais aguardadas de 2023, Midnight Conjuring supera todas as expectativas e apresenta ao público um Goaten na sua plenitude musical.

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