Review: "War Against All" - Immortal

Cinco anos se passaram desde que a nova encarnação do Immortal isolou-se em geleiras inóspitas após o lançamento de Northern Chaos God (2019). Agora, o Filho da Escuridão do Norte - já que a banda resume-se à persona do vocalista/guitarrista Demonaz - apresenta o novo trabalho intitulado War Against All (via Nuclear Blast/Shinigami Records). 

O Immortal é uma das instituições do black metal dos anos 1990. Os três primeiros álbuns da banda - Diabolical Fullmoon Mysticism (1992), Pure Holocaust (1993) e Battles in the North (1995) - são verdadeiros marcos do estilo. O som frio e áspero criado pela dupla Abbath Demonaz influenciou inúmeras hordas ao redor do globo. 

Em termos de popularidade, o Immortal deu um salto em 2002 quando lançou o ótimo Sons of Northern Darkness. Este foi o primeiro trabalho junto à Nuclear Blast. Fazer parte do cast de uma major ajudou com que os noruegueses furassem a bolha do black metal e atingissem um novo público. All Shall Fall saiu sete anos depois e aí gelo derreteu.  

Problemas internos separaram Abbath Demonaz, e a banda entrou em um hiato de quase uma década. Enquanto o folclórico Abbath seguiu em carreira solo - e sendo meme - Demonaz trabalhou para trazer o nome do Immortal de volta para o jogo. O primeiro passo foi o bom Northern Chaos God. E chegamos em War Against All

Logo de cara somos golpeados com duas machadadas impiedosas. A abertura com a faixa título seguida por Thunders of Darkness remonta aos melhores momentos do Immortal nos anos 1990. Black metal gelado, ríspido, riffs cortantes, uma bateria cavalar e os excelentes vocais de Demonaz - os músicos Ice Dale e Kevin Kvåle tocam baixo e bateria respectivamente. Ótima entrada. 

Wargod, No Sun e Return to Cold apresentam uma sonoridade mais cadenciada sem perder as características - principalmente no trabalho de guitarra - da banda. Enquanto a primeira faixa soa mais direta, a última chama atenção pela atmosfera carregada e sombria no decorrer da música. O destaque para No Sun é o instrumental alucinante no início.  

A belíssima Nordlandihr abre o terço final do disco de forma sublime. Instrumental, a faixa é coberta por intensas melodias e riffs dissonantes em uma combinação perfeita. É, sem dúvidas, uma das melhores do disco. Por fim, Immortal Blashyrkh My Throne fecham o trabalho de maneiras distintas. Enquanto a primeira mescla a agressividade e a cadência do black metal, a segunda traz elementos épicos que tornam a faixa grandiosa. 

War Against All tem cheiro, som e cor do Immortal dos anos 1990. No entanto, estamos diante da encarnação 2023 de uma das maiores hordas de black metal. E se assim continuar, ainda teremos muitos invernos para acompanhar esta montanha de gelo que é o Immortal

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