>> Resenha: "Senjutsu" - Iron Maiden
Na ocasião, o músico falou, em entrevista a Kevin Lomax, do site MaidenFans.com, sobre faixas não aproveitadas no enfadonho Virtual XI (1998) e que foram utilizadas no sucessor Brave New World (2000). Para refrescar a memória: foi nesse interim que Adrian Smith e Bruce Dickinson retornaram à Donzela.
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MaidenFans: Após Virtual XI, Steve [Harris] disse que quatro canções foram deixadas para trás nas sessões de gravação deste álbum, para que fossem utilizadas no próximo. Quais são elas?
Smith: Sim, você está certo. Nomad é uma delas. As outras são Dream of Mirrors e The Mercenary, mas não consigo me lembrar da quarta.
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O mesmo jornalista, em entrevista com o ex-vocalista Blaze Bayley, não só confirmou a informação como obteve mais respostas: a quarta música em questão era Blood Brothers e Bayley disse ter participado ativamente da composição de Dream of Mirrors com letras e harmonia.
Blaze afirmou, também, que havia composto outras canções - Ghost in the Machine, The Launch, Born as Stranger (essa com mais cara de Maiden que as demais) e Stare at the Sun - para o vindouro possível terceiro álbum com ele nos vocais. Como isso não existiu, as músicas foram utilizadas em Silicon Messiah (2000), álbum solo do cantor.
Havia, portanto, a possibilidade de mais um disco do Iron Maiden com Blaze Bayley. E aí entramos nas questões deste texto: se Brave New World tivesse sido lançado seguindo a lógica ele teria feito o mesmo sucesso? O disco seria bom? Aliás, existiria Brave New World?
O principal fator que me fez abrir esse leque de questões é que, desde que tomei conhecimento dessa entrevista, eu NÃO CONSIGO OUVIR as referidas músicas com a voz do Bruce. Não, eu não parei de escutar o álbum. O problema (?) é que, quando elas tocam, automaticamente meu cérebro substitui a voz do Dickinson pela do Blaze.
É impressionante como Dream of Mirrors e The Mercenary casam perfeitamente com a voz de Bayley! Já Nomad e Blood Brothers são mais difíceis de associar - mas se você fizer o exercício direitinho até rola. Por essa ótica e levando em considerações as músicas que Blaze compôs: sim, Brave New World seria um disco bom - pelo menos melhor que Virtual XI.
É fato que BNW vendeu 1 milhão e 500 mil cópias impulsionado pelo retorno de Adrian Smith e Bruce Dickinson à banda. O mercado fonográfico vivia momentos nebulosos na virada da década de 1990 para os anos 2000 e o Maiden viu suas vendas caírem drasticamente com Virtual XI - muito, também, pelo trabalho oferecido pela banda no disco.
Por outro lado, não acredito que se tivesse sido com Bayley o disco teria vendido como água, mas, pela sonoridade (produção e mixagem final de BNW) e com um bom marketing, poderia ter rendido números bem melhores nos charts e uma turnê mais decente que a anterior.
E se Blaze Bayley não fosse demitido do Iron Maiden o Brave New World existiria? Não. Pelo menos não na concepção na qual fomos apresentados ao disco. Evidentemente haveria um álbum com as citadas músicas, haveria uma turnê e, como disse, acredito que seria um álbum legal.
Obviamente que o que fiz aqui foi um exercício de reflexão sem nenhum compromisso com a realidade. É muito complexo imaginar o que estaria acontecendo no Iron Maiden se Blaze Bayley ainda fosse vocalista. Seria melhor assimilado e aceito? A banda iria acabar? Só Harris sabe!
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