Dividido em duas partes, o EP apresenta o Mayhem infernal que todos nós conhecemos de cabo a rabo na sua primeira metade. Então a maior surpresa aqui está na segunda parte, onde a banda surpreende ao trazer covers de bandas de punk. Sim, isto mesmo! Que tal ouvir Mayhem tocando Discharge, Dead Kennedys, Rudimentary Peni e Ramones? Temos!
- Atavistic Black Disorder -
Destaco Everlasting Dying Flame como a melhor do lado black metal. A música soa majestosa, sombria e fria com seus riffs desarmônicos e o baixo pujante de Necrobutcher executando linhas mórbidas e precisas - Attila (vocal), Teloch e Ghul (guitarras), e Hellhammer (bateria) completam o line-up.
- Kommando -
Sem demérito algum à primeira parte do EP, mas o lado mais aguardado é este com os inusitados covers. Ok, talvez não sejam tão inusitados assim. Inúmeros músicos da cena metal não escondem uma certa ligação e apreço pelo punk - provavelmente só Steve Harris (Iron Maiden) ainda fique ressabiado com isso.
Gracejos à parte, não é preciso ir muito longe se quisermos citar um exemplo próximo do Mayhem: os conterrâneos do Darkthrone lançaram álbuns com muita influência do punk e, por isso, em alguns casos sua música chegou a ser classificada como metal punk.
E indo mais além na história, o próprio Mayhem já havia feito uma versão da clássica California Über Alles, do Dead Kennedys, na primitiva demo ensaio Deathrehearsal lançada em 1987.
Com horas livres no estúdio, a banda recrutou os amigos e ex-vocalistas Maniac e Billy Messiah para participarem da festa. Enquanto Messiah emprega força em In Defense Of Our Future (Discharge), Maniac encarou muito bem o papel de Jello Biafra em uma impressionante releitura de Hellnation (Dead Kennedys) - e para mim o melhor de todos os covers! O EP segue com Only Death (Rudimentary Peni) e encerra de maneira magistral com um o clássico Commando (Ramones).
Terminada a audição de Atavistic Black Disorder/Kommando, minha única conclusão sobre este EP é: eu não sabia que precisa ouvir o Mayhem tocando punk até ouvir o Mayhem tocando punk!
Sim! O Daemon trouxe de volta muitos elementos que estavam esquecidos desde o De Mysteriis... A banda conseguiu recuperar a fórmula e o resultado, como você disse, foi esse som original, sombrio e com ótimos riffs.
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