Review: "Dysthymia" - Escarnium

Confesso aos senhores que eu não conhecia o Escarnium até assisti-los no Canal Scena. O impacto ao escutar o som dos caras pode ser comparado a um soco na boca do estômago. Fiquei sem ar. Imediatamente corri atrás de todo o material lançado pela banda até chegar no novo álbum intitulado de Dysthymia (via Cianeto). 

Com a produção assinada pela própria banda em conjunto com Caleb BinghamDysthymia transcende o death metal. A sonoridade apresentada pelo Escarnium é uma jornada pelos extremos mais angustiantes e turvos da mente humana, visto que as letras versam sobre o assombro que é o mundo atual e a pavorosa consequência na saúde mental da sociedade. 

Para transmitir todo esse horror através de música, a banda formada por Victor Elian (vocal/guitarra), Alex Hahn (guitarra), Vitor Giovanni (baixo) e Nestor Carrera (bateria) executa um som robusto. Os riffs muito bem trabalhados criam ao longo de Dysthymia uma atmosfera apavorante, seja nas canções mais aceleradas ou nas menos velozes. 

Sem nenhum tipo de misericórdia, o primeiro golpe vem sob o título de Inglorious Demise. Conduzida por um riff impiedoso e uma bateria martelando os tímpanos, esta faixa que alterna entra velocidade e cadência é um excelente cartão de boas-vindas. Na sequência, Far Beyond To Primivite mantém o triturador funcionando em potência máxima. 

A dobradinha Deluged In Miasma e Anguish Ad Nauseum parece ter sido forjada no mais puro ódio. Enquanto a primeira flerta com o black metal, a segunda - que para mim é a melhor do disco - escancara algumas das sensações exploradas ao longo de Dysthymia. O álbum se encaminha para o fim com a atmosférica e macabra faixa-título e a pedrada final é um brutal cover para Into The Grave, do Grave

Com pouco menos de 30 minutos de duração, Dysthymia já pode ser considerado um dos melhores trabalhos na discografia do Escarnium. Atmosférico, poderoso e sombrio, este álbum poderá, em um futuro breve, redefinir os alicerces do que se entende como death metal. 

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