Review: "Antichrist Reborn" - The Troops of Doom


Terminada a primeira audição de Antichrist Reborn (via Alma Mater Records), o aguardado debut do The Troops of Doom, eu não conseguia encontrar uma palavra que expressasse o sentimento. E assim foi nas inúmeras outras vezes em que escutei o álbum antes de escrever esta resenha. Mas vou tentar. 

O supergrupo encabeçado pelo guitarrista Jairo “Tormentor” Guedz e que conta com o vocalista/baixista Alex Kaffer, o baterista Alexandre Oliveira e o também guitarrista Marcelo Vasco surgiu com o intuito de resgatar a áurea primitiva do death metal oitentista. Ou seja, algo bem próximo do que Jairo executava nos clássicos Bestial Devastation e Morbid Visions, do Sepultura

Mesmo formada no auge da pandemia em 2020, a banda trabalhou bastante e lançou os EPs The Rise of Heresy (2020) e The Abscence of Light (2021). Ambos caíram no gosto do público e da crítica, e a expectativa para o primeiro full foi posta lá no alto. Chegamos, então, em Antichrist Reborn

>> Resenha: "The Rise of Heresy" - The Troops of Doom 

>> Resenha: "The Abscence of Light" - The Troops of Doom 

Já nos primeiros riffs de Dethroned Messiah é possível perceber que estamos diante de um álbum muito acima da média. Um golpe sem misericórdia logo no primeiro ataque! O segundo golpe, Far from Your God, chega com a bateria de Alexandre Oliveira executando levadas e viradas que caberiam facialmente em qualquer álbum clássico dos anos 1980. Sem tempo para entender o que está acontecendo, Altar of Desilusion dá as caras com o único objetivo de destruir o seu pescoço de tanto bater cabeça.

Depois do "descanso" com a vinheta Grief, a furiosa Pray into the Abyss ataca de forma impiedosa em um instrumental impecável do início ao fim. Outra na qual o baterista Alexandre Oliveira é o grande destaque é a faixa The Rebellion. As viradas no começo da música parecem que saíram diretamente da Era Jurássica do metal. Desertes from Paradise "engana" pelo começo mais cadenciado quando de repente... ouça e descubra! 

Mais um momento de respiro com Apocalypse MMXXII e entramos na parte final do álbum. A Queda, com participação especial de João Gordo (Ratos de Porão) e a única no álbum em português, faz duras críticas à religião e aos pastores que manipulam os fiéis. O encerramento com Preacher's Paradox mostra um The Troops of Doom muito afiado, com as mudanças de andamento ao longo dos mais de seis minutos de música. 

Como bônus, ainda temos um primoroso cover para Necromancer (Sepultura) com participação de Alex Camargo e Moyses Kolesne (ambos do Krisiun), e outro impecável para The Usurper (Celtic Frost). 

Antichrist Reborn é uma obra-prima do metal. Sujo, primitivo, mórbido, veloz, cadenciado... tudo isso embalado numa coleção sem-fim de riffs brutais com cheiro e sonoridade dos anos 1980. 


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