Jairo “Tormentor” Guedz é uma figura respeitável dentro da cena de metal. Conhecido pelo trabalho nos primórdios do Sepultura e seus clássicos Bestial Devastation e Morbid Visions, o guitarrista deixou a banda e cedeu seu posto a Andreas Kisser. No início dos anos 1990 se juntou ao The Mist e lançou diversos álbuns até anunciar seu desligamento da banda para dedicar-se à sua nova empreitada: The Troops of Doom.
Ao lado de Alex Kafer (vocal e baixo), Marcelo Vasco (guitarra) e Alexandre Oliveira (bateria), Jairo acaba de lançar o aguardado EP The Rise of Heresy, pela Blood Blast, subsidiária da gravadora alemã Nuclear Blast. A produção ficou a cargo de Øystein G. Brun no Crosound Studio, na Noruega.
Musicalmente tudo no álbum foi pensado para nos remeter aos gloriosos anos 1980. As influências vão desde Sepultura (claro) passando por Slayer, Kreator, Celtic Frost, Sodom, Possessed, Death e outras de acordo com Guedz. “Queremos oferecer a experiência completa, em que a pessoa possa se sentir numa máquina do tempo, onde exploramos aquele som primitivo e a textura mais suja do metal dos anos 1980”, disse o músico ao site Interdependente.
A orquestração apoteótica no início do play aquece os bangers para a porrada sonora que chega com Whispering Dead Words. Com um riff maravilhoso e uma empolgante linha vocal de Kafer, a música cumpre bem seu papel como cartão de boas-vindas. Between The Devil And The Deep Blue Sea é mais um presente para os amantes de riffs oitentistas em mais uma excelente composição.
Em The Confessional o ouvinte é carregado para as profundezas dos anos 1980, em um trabalho que em diversas passagens lembra Celtic Frost nos seus melhores momentos. The Rise Of Heresy é uma aula de death metal primitivo com destaque para Alexandre Oliveira destruindo tudo na bateria.
Se o trabalho autoral apresentado pelo quarteto é de qualidade ímpar, o EP ganhou mais contornos épicos com a regravação de dois clássicos do período jurássico do Sepultura ao qual Guedz fez parte: Bestial Devastation e Troops of Doom.
Sem floreios e invencionices, as duas músicas mantêm todo o ar rústico de suas versões originais gravadas no século passado porém com mais peso no trampo das guitarras.
O The Troops of Doom entregou o que prometeu em The Rise Of Heresy: o resgate do saudoso e mágico death/thrash oitentista. Facilmente um dos melhores lançamentos do ano e que deixa a expectativa lá no alto por um full-length da banda. E que esse lançamento não demore muito!
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