Uma das vantagens de acompanhar uma banda por tanto tempo é testemunhar as mudanças naturais que o tempo impõe. Se, no início, o Tuatha de Danann apresentava uma sonoridade lúdica e fantasiosa, hoje a proposta musical dos mineiros é notavelmente mais madura. Os traços do rock progressivo dos anos 1970 estão mais evidentes - embora sempre tenham estado presentes na paleta de influências da banda - e ditam o ritmo em The Nameless Cry.
Seria muito fácil para o Tuatha de Danann repetir a fórmula do aclamado Trova di Danú (2004), álbum que consagrou a banda como uma das melhores do país. No entanto, Bruno Maia (vocal/guitarra/flauta), Giovani Gomes (baixo), Edgard Brito (teclado), Raphael Wagner (guitarra) e Rafael Delfino (bateria) permitiram que a arte fluísse em um processo de reinvenção. E o resultado não poderia ser menos que excelente.
É exatamente isso que encontramos em The Nameless Cry: arte. São oito faixas em pouco mais de 40 minutos que passam voando, sendo este um ponto positivo do disco. Não há a famosa "encheção de linguiça". Todas as músicas estão ali porque têm que estar e dialogam organicamente uma com a outra. Méritos para a produção certeira de Bruno Maia.
O disco abre com The Nameless e United, ambas lançadas como singles e já bem conhecidas pelo público. Acredito que seja mera coincidência, mas o refrão de United me lembrou o de Youth Gonna Wild do Skid Row. O álbum conta com a luxuosa participação de Hugo Mariutti na belíssima A Fragile Whisper to a Raging Roar e de Daísa Munhoz na poderosa The Virgen's Tower, sendo esta a mais metal do disco. Fabricio Altino, Romulo Salobreña, Julie F. Gonçalves, Edson Guerra, Adriano Sarto e Nathan Viana também participam.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!