Review: "Abyssal" - The Giant Void

Após a ótima repercussão com o álbum de estreia Thought Insertion (2021), o The Giant Void, projeto concebido por Felipe Colenci, lançou recentemente o aguardado segundo full-length. Intitulado Abyssal, o disco mantém a parceria de Colenci com Hugo Rafael nos vocais e traz novamente a participação do renomado baterista alemão Michael Ehré (Gamma Ray e Primal Fear). 

Gravado entre 2022 e 2023 no Fuzzr Audio, o álbum tem a produção assinada por Colenci - que, além das guitarras, tocou baixo, teclados, violões e fez alguns vocais no disco - e a masterização ficou a cargo de Fernando Delgado

Felipe Colenci e Hugo Rafael (Foto: Divulgação)

Liricamente, Abyssal mergulha nas emoções profundas da experiência humana, criando um diálogo coeso entre as faixas, embora o álbum não seja conceitual. Cada uma das 12 faixas do disco contribui para a narrativa emocionalmente densa e envolvente. A arte da capa, idealizada por João Vicentim, João Schendel e John Rendering, reflete visualmente a profundidade e a intensidade das composições.

Já em termos musicais, é complicado enquadrar o The Giant Void em algum subgênero específico do metal. A musicalidade é tão versátil que, em Abyssal, a banda transita entre o prog e o metalcore, com direito a alguns vocais guturais aqui e acolá e umas coisas de classic rock e hard rock lá e cá. É, de uma maneira mais direta, um metal moderno. 

Essa compilação de estilos pode ser conferido logo em Dirty Sinner, a faixa de abertura.  Cheia de groove e com elementos de metal e metalcore, a música é uma síntese das mais de 1h de disco. E aqui, sem delongas, já vale um destaque especial para Hugo. Como canta! E, sinceramente, pouco me importa se ele canta no Sambô ou participou de um programa da TV Globo. O cara é um vocalista muito fora da curva. 

O trabalho segue e chegamos na sensacional Monsters Within. Direta, esta faixa reúne traços de power/prog e metal tradicional com um refrão apoteoticamente maravilhoso. Para mim, a melhor do disco sem nenhuma dúvida! Para quem é fanático por História como eu, The Black Pit e War Heroes são verdadeiras pérolas. Enquanto a primeira versa sobre os longos anos da Batalha do Atlântico durante a II Guerra Mundial, a segunda conta a fantástica história do piloto brasileiro Danilo Moura Marques na mesma guerra. 

Para os fãs do The Giant Void, Abyssal é uma extensão bem-sucedida do trabalho anterior, mantendo a qualidade e versatilidade musical e a expressividade lírica da banda. Mas para aqueles que ainda não tiveram um contato com o som, este álbum é uma ótima porta de entrada para explorar o talento singular deste projeto. 

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