Review: “Perpetual Chaos” — Nervosa


Enquanto o mundo via-se em choque com o avanço da pandemia do coronavírus, uma outra notícia abalou a cena heavy metal: a Nervosa implodia com as saídas de Fernanda Lira (baixo/vocal) e Luana Dametto (bateria). O que seria da banda a partir dali? Prika Amaral (guitarra) não deu tempo para boatos e logo anunciou as chegadas da espanhola Diva Satanica (voz), da italiana Mia Wallace (baixo) e da grega Eleni Nota (bateria). O resultado desta nova Nervosa pode ser conferido em Perpetual Chaos lançado nesta sexta-feira (22), pela Napalm Records.

O primeiro contato presencial entre a banda foi direto no Artesonao Studio, em Málaga (ESP); onde, sob a batuta do produtor Martin Furia, o disco começou a ser gravado. São 13 faixas do mais agressivo thrash metal com algumas pitadas de death old school e até punk. A química entre as integrantes funcionou muito bem e o resultado foi um disco mais maduro, coeso e orgânico. Liricamente o trabalho transita por temas sociais e políticos.

Ao longo do álbum, Prika Amaral despeja riff atrás de riff com um timbre de guitarra maravilhoso, nos dando a certeza de que não é exagero nenhum afirmar que ela é uma riffmaker singular e uma das maiores da atualidade. Outro destaque é Diva Satanica com os vocais flutuando entre o rasgado e o gutural com muita personalidade. Mia e Eleni parece que tocam juntas há anos de tão consistente que é a cozinha feita pelas duas.

Venomous abre a porteira do inferno com um riff sensacional de Prika. Guided By Evil, que foi lançada como primeiro single, traz mais um riff inicial matador à lá Black Sabbath que logo entra em um thrash/death nervoso (haha). People Of The Abyss é outra porrada com destaque para Eleni destruindo tudo em seu kit. A faixa-título é uma prova de que cadência e brutalidade podem andar de mãos dadas.

O punk se fez presente nas excelentes Time To Fight e Rebel Soul, esta com participação de Erik Ak (Flotsam & Jetsam). Perpetual Chaos também com Guilherme Miranda (Entombed AD e Krow) em Until The Very End; e Schmier, a lendária voz do Destruction, em Gennocidal Command.

Under Ruins fecha este primeiro trabalho da nova Nervosa com uma forte crítica social ao abandono infantil. A música foi o último single antes do lançamento do disco com um videoclipe muito bem feito. Mais uma vez o destaque fica por conta dos riffs de Prika Amaral.

Perpetual Chaos supera as expectativas e mostra que apesar das baixas — que em um primeiro momento pareciam insuperáveis — a Nervosa está vivíssima. E quem ganha com isso são os fãs.

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Para ouvir o disco clique AQUI.

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